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28.9.21

Pai de uma criança comum

Sim, leram bem. Eu sou o pai de uma criança comum, normal, média. Por comum quero dizer simplesmente que o meu filho é o aluno médio, médio nas notas, médio nos desportos e nas actividades extracurriculares. O que há de especial nele, então? NADA, de acordo com as normas da sociedade e da escola.


Muitas vezes perguntam-me: “O seu filho deve ser bom a matemática e na escola, em geral. “. Eu simplesmente digo não, não é. Ele está na média. Tenho vergonha de dizer isso? Não! Devo mentir que ele é o melhor em algo que ele não é, na frente dos outros? Definitivamente, não.


O meu filho é aquela criança comum que as pessoas não compreendem porque não está no topo nem por baixo. As pessoas não percebem o seu sorriso doce, as conversas engraçadas, os abraços apertados, a personalidade amigável, o comportamento gentil, os modos suaves, a natureza prestável porque ele é APENAS uma criança normal.

 

A escola e a sociedade celebram as crianças que são as maiores pontuadoras no desporto e nas atividades extracurriculares, o que com razão deveriam.


No meio disto tudo, o meu filho médio, que é um espectador e aclama os seus amigos de todo o coração, passa despercebido. O seu amor pelo desporto (mesmo sabendo que não será selecionado para a equipa da escola), o seu amor pela música (mesmo sabendo que não será seleccionado para o coral da escola) nunca diminui. Ele faz isso tudo para se divertir, em vez de competir.


Sou um pai que não é exigente com ele apenas porque não tem notas máximas? Sim, sou rigoroso até certo ponto e perdi a calma muitas vezes no passado. As suas palavras atingiram-me mais profundamente quando o meu filho de 10 anos me perguntou: "Pai, não me respeitas"?


Quantos de nós pensamos que devemos respeitar as crianças? Nós, adultos, exigimos o nosso respeito a cada momento da nossa vida. Por que não uma criança?


Umas crianças falam de prestar provas, de entrar em competições importantes, mesmo com a tenra idade de 10 anos. O meu filho normal fala sobre viajar pelo mundo, conhecer novas pessoas e comer diferentes culinárias.


O meu filho normal pode ou não tornar-se num médico, astronauta, cientista. Mas, ele de certeza crescerá para ser uma boa pessoa que espalhará alegria.


Por último, mas não menos importante.


Observe a criança normal, média, comum. Tudo o que essa criança quer é um sorriso ou uma palavra amável de nós, adultos, por apenas ser ela própria para lhe dar a garantia de confiar no mundo.


Cada criança é diferente, assim como cada estilo parental.



Traduzido e adaptado do inglês.
Autor desconhecido 

17.12.20

A culpa (outra vez)




Esta manhã chateei-me com ela. 

Já estávamos atrasadas para a escola e eu naturalmente atrasada para o meu trabalho. Tudo isto por causa da porcaria dos penteados. 

Ia sair de casa e ela sai sem a mochila. Pedi-lhe para ir buscar a mochila porque era da sua responsabilidade. Descíamos a escada de casa e percebi que ela não tinha a máscara. Tenho que voltar para trás mais uma vez e fico irritadíssima. 

Mandei uns berros e vou abrir o portão para tirar o carro. Felizmente, a minha vizinha ia a sair para também levar o filho e ofereceu-se para a levar. Foi tudo tão rápido e, e nós já estávamos atrasadas, e ela lá foi. Mal me despedi dela. Gosto de o fazer com calma e não o fiz.

Passei o dia a sentir-me culpada. Coitadinha da menina, berrei-lhe e nem tive tempo de lhe dar um beijinho em condições. Fui buscá-la e ela veio bem-disposta, como sempre. Pedi-lhe desculpas e ela já nem se lembrava do incidente da manhã. Já eu, passei o dia a pensar nisso. 

Abençoadas crianças que só vivem no momento presente.  

2.3.20

Fazer o trabalho parecer fácil

Se há coisa que as mães fazem bem é fazer o seu difícil trabalho parecer fácil. Nem sequer falo de mim, apesar de me estar a tornar cada vez mais MÃE, em todas as suas vertentes. As mães não são apenas cuidadoras e máquinas de multiplicar amor pelos seus filhos. As mães administram toda uma casa, gerem emoções, frustrações, ensinam, limpam, cozinham, tratam... O mais notável nem é serem mestres do multitasking. O que mais impressiona é acumularem funções e deixarem parecer que não lhes custa nada. 
Eu tenho uma dessas mães. Agora está reformada, mas enquanto foi professora nunca descurou o seu papel de CEO doméstica, excelente mãe e excelente professora. E só agora me apercebo do esforço que parecia não existir, mas devia ser tão grande... Eu também tenho um trabalho a tempo inteiro e também  tenho também um trabalho em casa que ninguém vê quando é bem feito. Porque quando é mal feito, aí toda a gente repara.


17.8.19

Uma mãe

Ela apressa-se a acabar de passar as camisas dele. Ainda tem a sopa para fazer e o jantar para preparar. Está cansada porque de noite o miúdo não dormiu com a febre e as dores de uma otite. De manhã, lá foi trabalhar como de costume e deixou-o aos cuidados da avó. Queria deitar-se 5 minutos, mas não pode mesmo perder tempo. Quando ele chegar a casa, vai querer ter o jantar pronto, caso contrário vai enchê-la de preguiçosa. Chegou e já começou a reclamar do cheiro a comida em casa. O exaustor estava ligado, mas fica sempre algum cheiro. Apressou-se a pedir desculpa, mas nem assim ele ficou mais bem disposto. O miúdo lá continua a brincar sozinho, o pai só lhe deu um beijo e logo se foi refastelar no sofá. Enquanto ela põe a mesa e termina o jantar, ele vai ao Facebook ver as novidades. Like aqui, like ali, ela ouve o som e nada diz. Vão para a mesa, mas o miúdo não quer comer, talvez efeitos da otite. A culpa é da mãe, claro, que não o sabe educar e já fica irritado o jantar todo. Sai da mesa e vai de novo para o sofá. Mais uma vez, ela apressa-se a arrumar tudo para ainda dar banho ao miúdo e metê-lo na cama. Se ao menos tivesse ajuda... Ele, no sofá, ri-se de alguma publicação qualquer e continua a fazer likes. São 9 da noite e ela finalmente deita-se com miúdo. Está tão cansada... Quando ele adormece, vai para a sua cama e, para descomprimir, vai até às suas redes sociais. É lá que vê os likes dele nas fotos de miúdas que ela não conhece, os comentários bem-dispostos e os planos com os amigos para o fim-de-semana. https://drive.google.com/uc?export=view&id=1GWHe21HKuGJouaiyDEnwz3M8PMM7pRAZ

3.5.19

Ipsis verbis

Esta conversa, iniciada pela minha filha de 5 anos, não me deixa pensar noutra coisa desde há uns dias.

- Mamã, quando for adulta não vou viver nesta casa, pois não?
- Podes viver nesta casa ou noutra casa. Depende devárias coisas.
- Não, eu quero viver noutra casa com os meus filhinhos, não quero viver aqui.
- E vais deixar-me sozinha nesta casa?
- Tu ficas com o papá e eu venho visitar-te.
- Mas eu queria que ficasses a viver comigo. Ou eu contigo, para te ajudar com os teus filhos.
- Mamã, quando eu for adulta, vou ser mesmo adulta.Não vou precisar de ajuda. 
- E quem vai viver contigo na tua casa?
- Vivo eu, os meus 7 filhinhos e o meu marido. Ainda não escolhi o meu marido, depois escolho.
- E podes deixar-me um filhinho teu cá em casa,de vez em quando?
- Posso, claro! Um ou dois. 

(Uma hora depois...)

- de certeza que não queres viver comigo quando fores adulta?
- naaaaaão!

Entretanto, como ainda estou em estado de choque com esta decisão, continuo a perguntar-lhe se quer realmente sair de casa para formar a sua própria família. Está de pedra e cal na decisão. Entretanto, os 7 filhos já passaram para 8 e também já me disse que me deixa em casa de todos os 8 filhos, em vez de apenas 2.

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1R_r_ZaoGRtOanBbRZELBDETrwngDIDhe

19.4.19

O parto - aquela inundação de Amor (ou não!)

Já cá falei no nosso parto, mas nunca abordei um determinado assunto por considerar que era a única a ter sentido isso. Ao longo destes 5 anos de mãe, já percebi que as coisas não nos acontecem só a nós. O que acontece é que ninguém fala nos assuntos tabu e, muitas vezes, damos por nós a sofrer sozinhas.

Nunca me senti muito culpada por ter sentido isto, até porque passou logo, mas achei que era estranho. E foi numa conversa com aquelas amigas com quem falo de tudo, sem qualquer filtro, que disse que no meu parto não senti aquela inundação de Amor de que tanta gente fala.

Não gostei particularmente de estar grávida, apesar de ter sido melhor do que eu antecipei, eu estava cheia de medo do parto, por isso, a minha preocupação estava orientada para os procedimentos médicos que estavam a ser feitos e para a saúde da minha filha. Como o meu parto foi muito rápido, confesso que até me assustei quando ma mostraram e ma colocaram nos braços. Parecia um bichinho assustado e com frio. O instinto pediu-me que encostasse ao peito e a aquecêsse. Não foi um momento particularmente emotivo. Eu só estava atenta ao que se passava à minha volta. 

As horas e os dias passam e o Amor que começou na gravidez cresce exponencialmente! É um amor que nos quer sempre perto daquele ser. Foi depois de ser mãe que percebi realmente a expressão “Parir é dor, criar é Amor”. Não há maior verdade. É no cuidar que se cria o vínculo que une pais e filhos para sempre. Por isso, o meu acto de parir não foi tão extraordinário como é o ser mãe todos os dias. 

Hoje sei que se tivesse outro filho, o parto seria provavelmente mais emocionante. Já sei o que me espera. Toda a literatura que li, os cuidados que tive, os preparativos que fiz... nada disso nos prepara para Amar aquele bichinho pequenino que me entregaram. São orientações importantes para se cuidar de um ser humano bebé, mas não ensinam uma mãe a Amar.  

E é por isso que basta ver um vídeo da minha filha ou ouvir alguém elogiá-la para me emocionar. Como não? Fui eu que a criei. 

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1ni6OYrqSa1jDfqEkOY55N_w3WDejQKvihttps://drive.google.com/uc?export=view&id=1RULEIhrBSweNItNbdvifv9PQkLl1gb-Khttps://drive.google.com/uc?export=view&id=1vNetZT-J5KHeyXRJ93DgzMiWfFLxKNIL


2.3.18

Presentes para a Educadora

Nunca fui muito boa a escolher presentes para quem não conheço bem. E então escolher à pressa ainda é pior.

No último Natal, estava cheia de trabalho e mal dei conta já estávamos na festa de Natal da escola. Então precisei de escolher qualquer coisa rapidamente e que tivesse algum significado. Não gosto de dar só por dar.

Fiz uma pequena pesquisa e encontrei o presente ideal. Com a história da pressa, não consegui sequer tirar fotos porque foi tudo feito mesmo em contra-relógio. No entanto, como nos estamos a aproximar de outra altura em que damos presentes aos professores ou educadores, achei que seria interessante partilhar esta ideia.

Criei esta imagem e o texto. A Maria Victória coloriu o desenho e colocámos num vasinho. Oferecemos outro à senhora auxiliar também.

Estas pessoas desempenham um papel fundamental na vida das nossas crianças e acho que devemos agradecer-lhes por isso. A plantinha simboliza a criança que ajudam a crescer todos os dias.



19.2.18

As memórias

Já investi muito tempo neste blogue. Comecei quando estava grávida, com tempo, com muitas novidades para contar e partilhar. Havia novidades todos os dias e quis deixar este registo para mim e para a minha filha. 4 anos depois, a realidade alterou-se completamente. A atenção que uma criança de 3 ou 4 anos exige é imensa e não sobra tempo para muito mais. 

Já tive a oportunidade de me tornar mais uma blogger, como tantas outras. Não vou querer ir por aí. Já recusei vários convites, algumas parcerias que não me interessavam. A minha vida não é isto. Sou uma mãe como vocês. Tenho o meu trabalho, as minhas responsabilidades, as minha filha e as minhas necessidades. Ser "forçada" a vir ao blogue para escrever para prender os leitores não é muito a minha "cena". Já cheguei à conclusão que é preferível viver as situações e partilhá-las com quem estamos a vivê-las, do que que vir para aqui exibi-las. Nem é tanto exibir essas vivências, é o tempo que perco a falar delas. Como a minha filha já tem quase 4 anos, já vai guardar muitas recordações do tempo que passamos juntas. Ou seja, não há necessidade que eu as escreva para que ela saiba o que aconteceu. Prefiro que ela me recorde a brincar ou a cozinhar com ela, do que leia que fez isso comigo sem ter qualquer memória disso.

Não vou fechar o blogue porque não consigo. É a minha história enquaro mãe da minha linda filha. No entanto, não vou alinhar na onda de "bloggers" e falar de tudo e de nada só para preencher espaço.

Gostaria de vos agradecer por estarem desse lado desde o início e pelo carinho que por nós têm. Acreditem que é recíprico! No entanto, por mim e por vós, vou passar a ser mais selectiva com os conteúdos partilhados. As redes sociais estão cheias de lixo e nós passamos imenso tempo a ver esse mesmo lixo. Temos que ser mais criteriosos com o que lemos porque o nosso tempo é preciso e deve ser usado para nos enriquecermos e para o gastarmos com quem amamos. 

Obrigada!



7.11.17

Saídas à noite sem filhos


Há umas semanas, o meu grupo de amigos realizou a 3º edição da Disco Night Out Without Kids. No primeiro ano, não fui porque a minha menina tinha poucos meses. No ano passado fui ao jantar e este ano corri para ela logo depois do jantar, de novo.
Não sei como acontece convosco, mas contam-se pelos dedos as vezes que eu deixei a minha filha à noite. E de todas essas vezes que saí, fui dormir a casa com ela. Foi uma opção minha e já começo a perceber que foi uma má decisão. De qualquer das formas, acho que estas iniciativas são interessantes para pessoas que, como eu, não largam os filhos ou não têm com quem os largar.
Desta vez, conforme nos fomos sentando no restaurante, tivemos que reorganizar os lugares porque claramente as mulheres estavam a falar de assuntos diferentes dos dos homens e já havia muitas cabeças a desviarem-se. Então, e apesar de eu ser sempre contra esse tipo de segregação, ficaram mulheres para um lado e homens para outro.
O mais engraçado é que foi um jantar sem filhos, no entanto eles dominaram as conversas, pelo menos do nosso lado. Foi a noite toda a falar dos filhos, das ites, da escola, das actividades extra-curriculares... E adorei, claro! Há lá assunto melhor para passar uma noite sem filhos? Não estavam presentes, mas era como se estivessem.
Desta vez, confesso que já me me apetecia ter ficado até mais tarde, ir até um bar ou discoteca, beber um copo... Mas a criança não estava a dormir sem mim e não consegui ficar. Por acaso, quando cheguei ela tinha acabado de adormecer e já me senti imensamente culpada por lhe ter atrasado tanto o sono.
Admito que a culpa é toda minha. Foi muito habituada a passar as noites comigo e agora que me apetece sair um pouco custa-lhe imenso... 

6.6.17

A minha solução para a obstipação

Imagem: Pinterest
Ser mulher é lixado! Há uma série de maleitas que têm mais incidência no sexo feminino e eu já fui premiada com algumas. Uma delas é a obstipação. A minha mãe tem, eu tenho e a minha filha também tem. Porreiro, não é?

Os meus problemas de obstipação já vêm de muito longe, mas pioraram com a idade. Procurava soluções milagrosas e, sobretudo, rápidas, mas nunca tive um trânsito intestinal normal. Os laxantes e outras alternativas instantâneas não são saudáveis e podem até trazer outro tipo de problemas.
Na gravidez, outro facto de risco, a obstipação agravou-se e até ganhei hemorroidas como consequência. Eu tomava farelo, ameixas, Laevolac e, ainda assim, nada!

De novo, não fazia isto de forma regular, por isso não é possível esperar resultados. Simplesmente não vai resultar. A solução é bastante simples: seguir um estilo de vida e alimentação saudáveis. Parece complicado com os nossos ritmos de vida, não é? Pois, parece, mas não é. Assim que começamos a ver o nosso corpo a transformar-se já não temos vontade de regressar à “má vida”.
Eu já segui um estilo de vida muito saudável há uns anos e que me fez perder 10 kg. Durante uns 7 ou 8 anos mantive o peso e não havia sinais de obstipação. Não me custou nada, garanto-vos. Mas depois a vida mais desacelerada, mas mais ocupada, a gravidez e a criança trouxeram-me uma nova realidade. Eu simplesmente não tinha tempo para planear refeições, para beber água, para me exercitar, para cuidar de mim. As prioridades da minha vida mudaram todas: 1º filha, 2º trabalho para sustentar a filha, 3º o resto, 100º eu. Horas a fio sem comer, refeições hipercalóricas, medicação e pouco exercício trouxeram-me de volta os kgs que eu nunca quis e, necessariamente, a obstipação. E como bónus pedras na vesícula.

Até estava a lidar bem com os kgs a mais, mas não consegui aceitar a doença. A iminência de uma cirurgia, o risco de ter uma doença grave, as dores, a possibilidade da minha filha ficar sem mim fizeram-me tomar a decisão. Há mais ou menos dois meses que não toco em açúcar, comida processada, gorduras, refrigerantes, álcool …

A primeira coisa que o meu corpo fez foi desinchar. Depois começou a funcionar como devia.
A solução não é um medicamento xpto, não é aquela fruta esquisita que vem de um país tropical, não é o iogurte ou queijo cheio disto ou daquilo. É muito mais simples e provavelmente até existe no vosso frigorífico ou na mercearia mais próxima. Ah… e é muito mais barato.

Há um guia fantástico que ensina a lidar com a prisão deventre sem laxantes e essas tretas. Para além de uma barriga lisinha, vão conseguir viver mais e melhor. Está cheio de dicas boas e simples, acessíveis a todos.

3.4.17

Parir é dor, criar é amor

Vira e volta ouve-se esta frase. Habitualmente, está associada a quem criou alguém, muito embora não o tenha parido. Eu nunca duvidei disto, nunca duvidei do poder do amor. O que eu nunca imaginei foi que a minha experiência como mãe biológica me viesse provar isso mesmo.
A minha filha foi um bebé planeado e desejado. Apesar de não ter gostado muito de estar grávida, criou-se na gestação um vínculo muito especial entre nós. Depois, chegou a hora do parto e, na verdade, eu estava tão focada no meu parto, no meu momento, que poucas vezes me lembrei que ia sair dali com o meu maior amor. Nesse dia, o sentimento não foi de inundação de amor. Aquela cena típica de filme, quando colocam o bebé em cima da mãe e ela chora de emoção não aconteceu. Estava muito feliz, claro, mas a minha primeira preocupação foi colocá-la no meu peito para que parasse de chorar. E parou.
Depois, nas horas seguintes, era evitar incomodá-la ao máximo. Eu não tinha a mínima ideia do que lhe fazer. Estar no hospital foi muito conveniente porque tinha ajuda à distância de uma campainha. Quando viemos para casa, teria que ser eu. E assim foi. O amor estava lá desde a gravidez, mas o amor maior foi-se construindo à medida que eu cuidava dela. E não tenho dúvidas de que cresce exponencialmente. Amo-a mais hoje do que ontem. E amanhã vou amá-la mais ainda. Parir é mesmo apenas dor. Criar é mesmo só amor!
Gosto de chamar cria à minha filha. Primeiro porque não me esqueço da ligação umbilical que já tivemos (e ainda temos), porque fui eu que a fiz, que a criei, e depois porque ela é mesmo a minha cria, porque continuo a criá-la. É quem eu cuido mais e melhor.

A relação biológica é apenas um detalhe que não proporciona amor por si só. O amor está no dia-a-dia, nos banhos, nas trocas de fraldas, na alimentação, nos abraços e beijinhos, nos olhares, nos toques... Por isso, é que muitos filhos gostam mais das amas ou dos avós do que dos pais. Gostam de quem cuida deles.
Hoje sei que, por exemplo, acordar com a minha filha é incomparavelmente mais extraordinário do que foi o meu parto. Acordamos as duas a sorrir, a dar beijinhos, completamente enamoradas. Agora que eu já conheço o amor no seu expoente máximo, já consigo ver no tudo no parto e na gravidez como especial. Foi a minha filha que me mostrou isso. Sinto saudades de estar grávida da minha filha (não de estar grávida novamente), emociono-me com o meu parto (e não vi motivos para o fazer na altura) e até com os partos de outras, como o da Maria Luiza. Chorei, chorei, chorei...
Parir é dor, criar é muito amor!

14.9.16

A Mala de Maternidade pelo Mundo

Ter um bebé é uma experiência fantástica, mas sempre diferente. É ainda mais diferente de país para país. Vejam o que cada Mãe leva na sua Mala de Maternidade:

Hazel Shandumba, aldeia Hamakanso, em Monze, na Zâmbia.
Roupas de bebé, fraldas, uma bacia e sabão, sarong (roupa tradicional) e um lençol de plástico para a cama no hospital.




Deanna Neiers, de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Mp3, óleo para massagem com extracto de côco, azeite de lavanda, gel com extracto de arnica, soutien de amamentação, almofada, roupa confortável para a mãe, roupa para bebé, manta, objectos de higiene pessoal, máscara para dormir, livro.



Ellen, de Simulemba, no Malawi.
Lanterna (porque no hospital não há electricidade), lençol de plástico para a cama do hospital, faca para cortar o cordão umbilical, laço para amarrá-lo, nota de 200 kwacha do Malawi para comprar comida, 3 sarongs (roupa nacional) para a mãe e para o bebé.




Katy Shaw, de Melbourne, na Austrália
Gomas, fraldas, objectos de higiene pessoal, bebida isotónica, roupa infantil, roupa para a mãe, óleos para massagem, acumulador de frio e calor.




Claudine, de Betafo, em Madagáscar
Roupa de bebé, algodão, toalhas íntimas, álcool, fraldas, garrafa térmica, bacia e panela.




Joanne Laurie, de Londres, em Inglaterra
Fraldas, roupa para bebé, gomas, roupa e toalha para a mãe, objectos de higiene pessoal, bioestimulador, toalhas íntimas, iPad, água, pente.




Agnes Noti, Iramba, Tanzânia
Roupa e manta para bebé, sarong (roupa nacional), garrafa térmica, chá, sabão, recipiente para água.



Artigo completo: dailymail

28.8.16

O que todas as mulheres deviam saber

1. Todos têm pregas quanto se dobram. Ama o teu corpo.
2. Mostrar as emoções é sinal de força e não de fraqueza.
3. Procura respeito e não atenção. É mais duradouro.
4. Até as mais bonitas acordam com cara de sono.
5. Deves ser uma prioridade, não uma opção ou plano B.
6. Por cada mulher que desejaria não ter estrias, há outra que desejaria tê-las.
7. Confia sempre no teu instinto feminino.
8. Todas nós temos aquela amiga que parece que sabe e domina tudo.
9. Não é o quão grande e limpa está uma casa, mas o quão feliz é um lar.
10. És uma Deusa! Aceita isso.
11. Quando alguém te disser que és linda, acredita!

11.8.16

Roupa para amamentar

Leche Libre é uma marca criada por uma mãe e que permite integrar a amamentação e os filhos no estilo de vida dos pais. Por isso, resolveu criar uma linha de roupa que facilita a amamentação. 

Não é fácil encontrar roupa gira para a amamentação e com a qual a mãe se sinta confortável a amamentar. É difícil fazer a extracção do leite no trabalho pelos mesmos motivos, para além de que dificilmente se consegue ser discreto. Já não é a primeira vez que vejo mães a levantarem a camisola, ou abrirem o decote, ou mesmo, a desapertarem um vestido por trás para ganhar espaço para o bebé poder mamar. 

Com esta marca pretendeu-se oferecer roupa de qualidade e com design bonito, ideal para uma amamentação discreta onde e quando o bebé entender. Com os fechos laterais é possível aceder facil e rapidamente à mama e controlar a exposição durante a amamentação.






7.8.16

Presentes de parto

O presente de parto, ou push present, é o presente que o pai dá à mãe por ter dado à luz o seu filho.
Este conceito surgiu nos Estados Unidos, claro, onde se arranjou mais uma forma de incentivar o consumismo. Pessoalmente, não tenho nada contra. Sou mulher, logo seria a receptora do presente. Não vou reclamar, não é? Por outro lado, tentar arranjar uma compensação pelo transtorno que foi para a mulher ter dado à luz um bebé, preocupa-me. Em primeiro lugar, não há compensação possível. É uma experiência única e irrepetível e todas as mulheres deveriam sentir-se privilegiadas por poderem passar por ela. Depois, associar um valor pecuniário ou um presente ao nascimento de um bebé pode soar um pouco a venda. 
Nos Estados Unidos, onde a moda começou, são várias as notícias de celebridades que receberam jóias e carros caríssimos. Também não me choca porque eles são muito ricos, logo é natural que os presentes sejam proporcionais. O problema é quando os mortais comuns tentam equivaler-se e prejudicam a saúde financeira da família para cumprir com uma moda sem sentido. 
No meu caso pessoal, passei a gravidez toda a reclamar um presente. Blá blá blá... não era justo eu estar a ter o desconforto todo e o bebé ser dos dois... blá blá blá... a Kim Kardashian teve um presente e eu também quero... blá blá blá... Se não compro agora a carteira, depois do bebé nascer é que não compro!! A bebé nasceu, não recebi nenhum presente e não me fez falta. A minha atenção estava absolutamente focada naquela menina que mudou a minha vida por completo. Era tudo por e para ela. 
Mais ou menos um mês depois da minha menina ter nascido, recebi a visita de uma amiga muito querida. Ela já tinha passado no hospital, mas aguardou quase um mês para ir a casa ver-nos. Levou um presentinho para a Maria Victória e, qual não foi o meu espanto, tinha também um para mim. Era uma pulseira muito delicada que ainda hoje uso. Apesar de não ter filhos, esta amiga revelou ter uma sensibilidade enorme e respeito pela fase que eu estava a viver. Ao fim de um mês, até achei estranho alguém ter pensado em mim, já que as atenções estão todas viradas para o bebé. E soube-me tão, mas tão bem! O presente do pai também chegou uns meses mais tarde. :)
Se me falarem num presente que celebra a mãe, que procura valorizar a mulher que se abandona para se dedicar de corpo e alma aos seus filhos, então, sim, venham lá eles. Se querem mimar a mulher todos os dias, estando ao seu lado, partilhado tudo, melhor ainda. É barato e faz milagres! 
Resumindo, vale tudo! Celebrem-se os bebés, as mamãs e os papás! A família é o mais importante, sejamos ricos ou pobres, com ou sem presentes!

28.6.16

7 coisas que eu dizia antes de ter filhos

1 - O bebé deve ir para o seu quarto o mais cedo possível.
Sempre gostei de dormir bem e muito. Não podia ser um
bebé que me ia tirar esse prazer. A minha ideia era a minha filha ficar no meu quarto nos primeiros tempos e, assim que possível, iria para o seu quartinho. Era o melhor para todos. Fiz questão de ter o quarto absolutamente pronto antes dela nascer, pois sabia de pessoas que tiveram de esperar que o quarto estivesse pronto para mudar o bebé de poiso. E eu não podia correr esse risco. Pois bem, o quarto estava pronto, a menina nasceu e nunca foi para o seu quarto. No dia em que viemos para casa, o pai foi logo comprar um berço para acoplar à cama, pois foi absolutamente inconcebível para os dois (ao menos nisso concordamos...) deixá-la a dormir longe de nós.

2 - Vou arranjar sempre tempo para mim.
Eu já suspeitava que o tempo fosse escassear, mas nunca supus que o tempo para mim ficasse reduzido a zero. E não foi só durante aqueles primeiros meses mais complicados. Ainda hoje, 2 anos depois, marcar um cabeleireiro ou um café com amigos exige grande ginástica na agenda. Para mim, a prioridade é a minha filha, o meu trabalho porque preciso de a sustentar, e tudo o resto muito no fim da lista. É uma opção minha, que me deixa mais feliz. Quando as mães são mais felizes a dedicar mais tempo para si também está muito bem. Mães felizes, filhotes felizes. E eu sou feliz com ela comigo.

3 - Nunca levar a minha bebé para um restaurante.
Isto era daquelas coisas que sempre me irritou. Detesto restaurantes barulhentos e cheios de gente. Gosto de poder comer devagar (sou daquelas pessoas irritantes que mastiga a comida 20 vezes antes de engolir) e com o mínimo de ruído. Se o ruído fossem crianças a chorar ou aos gritos eu já nem conseguia comer. Culpava aqueles pais por se atreverem a sair de casa com aquelas criaturas birrentas e, se não tivessem a quem os deixar, que não saíssem de casa. Hoje, tudo isto me continua a irritar, mas também nunca mais consegui ter uma refeição demorada e em sossego, mesmo em casa. Sobretudo, fiquei muito solidária com os pais que têm todo o direito a ter uma refeição cozinhada por outra pessoa, sem prescindir da companhia dos filhos. Agora o choro dos filhos dos outros deixa-me aflita e as gargalhadas alegram-me. Também eu levo com os olhares de outras pessoas e espero que um dia compreendam.

4 - Nunca vou deixar a minha filha comer com telemóvel ou tablet à frente.
Era precisamente nos restaurantes que eu mais via isto. Por havia miúdos aos gritinhos, a brincar, ora havia miúdos absolutamente hipnotizados por gadgets. Eu, utilizadora incondicional e irremediável de tecnologia de bolso, dizia que com os meus filhos seria muito diferente. Eles têm que saber estar à mesa sem essas bengalas. Agora é dar por mim desesperada quando não tenho net, não há wireless e não tenho vídeos para lhe mostrar. Confesso que já mal uso o meu telemóvel porque está sempre ao serviço da minha filha. Isto serve para refeições ou simplesmente para lhe conseguir mudar a fralda.

5 - A minha filha não vai comer porcarias.
Pais horrorosos esses que dão açúcar e gorduras aos filhos... 99% por cento do tempo, a alimentação da minha filha é saudável. Come sempre sopa, um prato com proteína, hidratos e legumes e frutinha, pelo menos ao lanche. Depois, há as festas infantis. E esse 1% é absolutamente desastroso. Quando eu criticava, era habitualmente em situações de festa e aí é quase impossível de os controlar. Está tudo ao nível dos olhos deles e é vê-los comer batatas fritas, gomas, bolachas, pintarolas... Qual sopa, qual quê? Eu já desisti. Ficava consumida, sentir-me culpada e andava sempre a correr atrás dela a tirar-lhe as batatas fritas da mão. Não vale a pena! Se for só nesses dias, não há mal nenhum e que se lixem os olhares críticos dos outros. Pouco veneno não mata ninguém.

6 - Nunca vou sair de casa mal arranjada.
Uma vez, uma amiga comentava que outra amiga sua tinha sido mãe e que andava toda mal arranjada. Pior, às vezes, podia encontrar-se nódoas na sua roupa. Que horror! Infelizmente, já me aconteceu. E mais do que uma vez. A área predominante é o ombro esquerdo, onde a minha filha tanto se babou, muitas vezes com restos de comida ou de leite. E também saio mal arranjada porque infelizmente não há tempo para tudo e, como sempre, eu estou no fundinho das prioridades.

7 - Detesto baby blogs!
Sobre isto há pouco a dizer... Este é efectivamente um baby blog, começado precisamente no dia em que descobri que tinha um bebé comigo. Sempre detestei a conversa de mãe, sempre a queixarem-se que os filhos tinham febre e mais isto e mais aquilo. Passou-me a falta de paciência, claro.

14.6.16

Irritação na pele pelo calor - sudamina


Na semana passada, a Maria Victória acordou com as costas num estado miserável e cheia de comichão. Não sabia do que se tratava e, de imediato, passei um hidratante para bebé da LR com calêndula para a apaziguar. A área afectada estava limitada às costas, por isso excluí picada de insectos, a cama tinha sido mudada de fresco... Não sabia mesmo o que pensar. Se fosse calor, não teria isto espalhado por uma área maior? 
O que eu não sabia era que o calor não tinha sido durante a noite, mas sim na tarde anterior. Tínhamos ido ao parque por volta das 18.30, mas ainda estava muito quente. Ela fartou-se de brincar, recusava vir embora e por lá ficámos cerca de 45 minutos. Transpirou, claro, bebeu muita água, mas nunca pensei que fosse isto a causa desta erupção nas costinhas dela.
Marquei consulta na Pediatra, mas depois desmarquei pois vi logo que era Sudamina. Procurei ajuda na farmácia. O creme que me recomendaram foi um creme anti-prurido da Barral. Eu queria que aliviasse de imediato a necessidade de coçar a área. Este creme, porém, não fez absolutamente nada. Passei uma noite em branco, pois a menina não conseguia dormir com tanta comichão e não aliviou nada. Até a textura é pastosa e demasiado densa para aliviar este tipo de pruridos. Limpava a área com uma compressa húmida, deixava secar ao ar, aplicava o creme, deixava secar e nada. Fiz isto várias vezes durante a madrugada e nada. Foi desesperante. Creme não aprovado!!


Entretanto, a minha mãe trouxe-me este, da Uriage, e os resultados fizeram-se sentir de imediato. É mais líquido, mais fresco, aliviou imediatamente a comichão e depressa passou tudo. Se tivéssemos usado logo este creme, tínhamos evitado muito desconforto. Usámos também Fenistil em gotas, um anti-histamínico, que aliviou a comichão.


O que é, então, a sudamina ou dermite pelo calor?
Isto acontece quando os poros ficam entupidos e impedem a pede de libertarem o suor livremente ou quando o calor é tão excessivo que as glândulas sudoríparas não conseguem arrefecer o corpo. Surgem, então, essas bolhas cheias de suor e a sua erupção causa comichão (prurido). Costuma aparecer nas axilas e virilhas, peito, cintura e costas. A minha filha só teve nas costas.
Os bebés estão mais expostos a esta irritação na pele porque ainda não têm a capacidade de transpirar bem desenvolvida. 

Como evitar a sudamina?
Evitar a exposição ao sol e ao calor e usar roupa leve, fresca e de algodão. Se já tiver sudamina, deve evitar que a criança se coce e deixar as áreas afectadas o mais possível ao ar. Deve mudar-se a fralda sempre que estivere molhada e secar muito bem a área. 

Quando consultar o Pediatra?
Se houver a mínima dúvida de que se trata de sudamina, se não há alívio com o tratamento feito em casa ao fim de 24/36 horas e se houver febre, a criança deve ser vista por um pediatra. 

6.6.16

O 4º trimestre

Foi já depois da Maria Victória nascer que ouvi falar do 4º trimestre de gravidez. Tudo fez sentido.
Durante a gestação, os bebés vivem num ambiente em que estão totalmente protegidos do mundo exterior, estão apertadinhos, quentinhos, no escuro do útero da mãe. Também passam grande parte do dia a ser balançados, embalados, enquanto a mãe faz as tarefas do dia-a-dia. Ouvem a sua voz, mas também os sons abafados dos órgãos da mãe a trabalhar: intestinos, coração, o sangue a circular... 
De repente, nascem e tudo muda. São colocados em berços espaçosos e, mesmo que embalados, não é igual. Os sons são completamente diferentes. Na maioria das vezes, até se evita o barulho para não acordar o bebé. Depois, é ouvir palpites de todos: dar colo, não dar colo, amamentar ou dar biberão...
Nos primeiros 3 meses após o nascimento do bebé, o tal 4º trimestre, o bebé precisa de viver num ambiente o mais parecido possível com o que tinha dentro da barriga da mãe. Algumas dicas:

- embrulhar o bebé, mantendo-o apertadinho, tal como estava no útero;
- embalar o bebé, de preferência ao colo da mãe;
- deitar o bebé de barriga para baixo, pois essa posição é semelhante à do bebé a flutuar no útero cheio de líquido amniótico;
- fazer os sons calmos e suaves ao ouvido do bebé;
- amamentar o bebé sempre que ele quiser.

Mesmo sem saber, fiz quase isto tudo. Foi instintivo. Não consegui amamentar, por isso tinha que extrair o leite para lhe dar. Posso garantir-vos que a minha filha não chorou até muito tarde e teve muito poucas cólicas. Foi um bebé adorável e não custava nada cuidar dela. Acho que foi por estas pequenas coisas. Tenho a certeza que se eu tivesse conseguido amamentar, nem as cólicas ela teria tido.
Não custa nada proporcionar este ambiente aos filhotes e é bom para todos.


19.5.16

Extractor de leite materno milagroso

Quem teve que extrair leite materno para amamentar o seu filho, certamente se deparou, no mínimo, com algum desconforto.
No meu caso particular, fi-lo apenas durante 2 meses. Esgotou-se. Acabou. Recordo sobretudo o cansaço, pois pouco dormia nessa altura. Depois de lhe dar de mamar ainda tinha que tirar leite e assegurar o alimento para a próxima mamada. E demorava... Caía gota a gota e via aquilo como um néctar preciosíssimo. Por isso, naquele dia em que tombei um frasquinho com leite, chorei em desespero.
Nunca senti dores, só mesmo a dor de não ter leite. Mas confesso que aquele motorzinho já me irritava profundamente. E também o facto de ter que encostar a maquineta contra o peito e não poder fazer mais nada.
No outro dia, enquanto passeava pelo facebook, encontrei uma bomba fantástica. Resumindo:
- É silenciosa
- Os frascos não ficam acoplados à mama
- É controlada através de uma aplicação que guarda a informação de quanto leite se extraiu
Basicamente, corrige tudo aquilo que me incomodava. Pelo que me parece ainda está em fase de testes mas, o que promete, agrada-me.

Podem ver aqui como funciona.


12.5.16

Quando a mãe não acorda

Na semana passada, aconteceu algo que nunca me tinha acontecido antes.
O meu marido, Filipe, saiu para ir ao café ao lado de casa com um amigo. Como o amigo ainda estava a chegar do Porto, acabou por sair de casa já depois das 23 e eu já estava na cama. Adormeci rapidamente. Estava exausta! 
Por volta da 1 da manhã, a Mia fez uns barulhos e eu fui vê-la. O Filipe ainda não tinha chegado. Voltei a adormecer rapidamente e só acordei às 5 da manhã. Fui ver como estava a Mia e aí reparei que não havia marido e tinha 154 chamadas no telemóvel, imensas mensagens e mails. Tinha deixado as chaves em casa e começou por me mandar uma mensagem. Depois outra. Depois chamadas. Depois a campainha. Nem eu, nem a filha acordámos. Os gatos também não me vieram dizer nada. Nenhuma notifição no telemóvel foi sonora. Ele quis esperar no carro. Apesar de poder ir a casa dos pais buscar uma chave, preferiu não os acordar àquela hora, sobretudo porque o pai estava a recuperar de uma cirurgia. Foram 3 horas e meia à espera. 
Fui abrir-lhe a porta e, surpreendentemente, não ficou zangado. Ele sabe que o meu sono está em modo mãe. Acordo ao mínimo suspiro que a minha filha faça, mas não consegui ouvir a campainha. Nunca, mas nunca deixei de a ouvir, mesmo nas noites em que mal dormia e estava tão cansada. Acho que fiquei com uma atenção mais selectiva e só funciona com ela porque é ela a minha prioridade.